Fios de PDO: contraindicações e a importância da avaliação prévia no tratamento

Introdução

O uso dos fios de Polidioxanona (PDO) tornou-se uma técnica amplamente adotada para o rejuvenescimento facial e melhoramento do contorno corporal. Por ser uma abordagem minimamente invasiva, obtém resultados naturais ao estimular a produção de colágeno e melhorar a firmeza da pele. No entanto, para garantir segurança e eficácia, é indispensável que o médico realize uma avaliação criteriosa antes da aplicação dos fios.

Este artigo aborda as contraindicações desse procedimento, enfatiza a importância da avaliação prévia e esclarece os cuidados necessários para o sucesso do tratamento. Conteúdo baseado em evidências clínicas e na experiência da Dra Lenise Franco.

O que são fios de PDO?

Fios de PDO são filamentos absorvíveis feitos de polidioxanona, material sintético biocompatível usado em suturas cirúrgicas há décadas. Inseridos na derme, provocam uma reação inflamatória controlada que estimula a produção de colágeno e elastina, melhorando textura, firmeza e tonificação da pele.

Além do efeito tensor imediato proporcionado pela tração dos fios, a degradação gradual da polidioxanona estimula o rejuvenescimento natural com resultados que podem variar de 9 a 18 meses, dependendo da técnica empregada e características do paciente.

Importância da avaliação prévia

A avaliação prévia é um passo fundamental para identificar contraindicações, adaptar a técnica às necessidades individuais do paciente e minimizar riscos durante e após o procedimento. Inclui exame físico criterioso, análise clínica detalhada e alinhamento das expectativas do paciente.

Ignorar essa etapa pode resultar em complicações, insatisfação estética ou riscos à saúde, como reações alérgicas e infecções.

Contraindicações absolutas

Existem condições que impedem categórica e temporariamente a aplicação dos fios de PDO, pois elevam o risco de reações adversas graves:

  • Alergia conhecida à polidioxanona ou componentes dos fios;
  • Infecções ativas na região a ser tratada;
  • Doenças autoimunes graves, como lúpus e esclerose sistêmica, que comprometam processos inflamatórios e cicatriciais;
  • Distúrbios de coagulação sanguínea não controlados e uso de anticoagulantes sem supervisão médica;
  • Gravidez e lactação, por alterações hormonais e ausência de estudos conclusivos de segurança;
  • Histórico recente de radioterapia ou quimioterapia na região;
  • Presença de neoplasias ativas ou suspeitas na área;
  • Transtornos psicológicos graves ou expectativas irreais que dificultem adesão ao tratamento e ao pós-procedimento.

Contraindicações relativas

Algumas condições exigem avaliação individualizada para definição da indicação do procedimento, considerando riscos e benefícios:

  • Diabetes mellitus descompensada;
  • Doenças dermatológicas ativas na região, como acne, rosácea ou eczema;
  • Cicatrização deficiente ou tendência à formação de quelóides;
  • Uso recente de isotretinoína, normalmente menos de 6 meses;
  • Hipersensibilidade a materiais absorvíveis;
  • Tabagismo intenso, que prejudica cicatrização e os resultados;
  • Uso de medicamentos imunossupressores.

Nesses casos, a decisão pela realização do procedimento deve ser discutida detalhadamente entre médico e paciente.

Procedimento de avaliação clínica e histórica

A avaliação estruturada inclui:

  1. Anamnese detalhada para levantamento do histórico médico, alergias, medicações e cirurgias prévias;
  2. Exame físico minucioso para observar características da pele, sensibilidade e presença de alterações locais;
  3. Exames complementares quando indicados, como hemograma, análises da coagulação e marcadores autoimunes;
  4. Avaliação psicológica para garantir expectativas realistas e adesão ao protocolo;
  5. Esclarecimento dos riscos, benefícios, possíveis efeitos e cuidados, visando um consentimento informado consciente;
  6. Planejamento individualizado quanto ao tipo e quantidade de fios, técnica e pontos de inserção.

Riscos e possíveis complicações

A segurança dos fios de PDO é reconhecida, contudo, riscos existem, especialmente se contraindicações não forem respeitadas ou avaliação prévia inadequada:

  • Infecções locais;
  • Reações alérgicas ou inflamatórias intensas;
  • Hematomas e edemas persistentes;
  • Granulomas e fibroses localizadas;
  • Assimetria ou irregularidades de contorno;
  • Migração ou extrusão dos fios;
  • Lesões vasculares ou nervosas decorrentes de aplicação imprópria;
  • Resultados estéticos abaixo das expectativas.

Cuidados pós-procedimento

Para minimizar riscos e garantir maior durabilidade dos resultados, recomenda-se:

  • Evitar exposição solar intensa nas primeiras semanas;
  • Não massagear ou manipular a área tratada sem autorização médica;
  • Manter higiene e hidratação adequadas;
  • Evitar esforço físico intenso nas 48 a 72 horas iniciais;
  • Observar sinais como dor intensa, vermelhidão exagerada, calor local, pus ou febre — nesses casos, procurar o médico imediatamente;
  • Realizar retorno médico conforme protocolo e orientações;
  • Adotar hábitos saudáveis, como alimentação equilibrada e hidratação, para favorecer o processo de regeneração.

Conclusão

Os fios de PDO representam uma contribuição importante para o rejuvenescimento com técnica minimamente invasiva, desde que aplicados após criteriosa avaliação prévia que assegure ausência de contraindicações. O conhecimento profundo do profissional e o diálogo transparente com o paciente são cruciais para evitar complicações e satisfazer expectativas.

Seguir os cuidados recomendados no pós-procedimento é igualmente fundamental para preservar os resultados e obter segurança. Consulte sempre um especialista experiente para um planejamento adequado e atendimento integral.

Sobre Dra Lenise Franco

A Dra Lenise Franco é médica especialista em Dermatologia e Medicina Estética, com formação desde 2001, incluindo residência em Clínica Médica e Dermatologia, e pós-graduação em Medicina Estética pela ASIME. Possui mestrado em Ciências da Saúde e vasta experiência prática em procedimentos que envolvem fios de PDO, toxina botulínica, preenchimentos e tecnologias avançadas como ultrassom microfocado Liftera 2.

Atende no Instituto Onize, em São Paulo, onde prioriza resultados sutis, naturais e alinhados às expectativas dos pacientes, especialmente mulheres maduras que buscam envelhecimento elegante e saudável. Seu atendimento envolve escuta ativa, avaliação minuciosa e acompanhamento constante, garantindo segurança e alta qualidade técnica.

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